MICHELLE RODRIGUEZ FALA SOBRE AVATAR

     Em entrevista a Jevon Philips, do site Los Angeles Times, Michelle Rodriguez disse que fazer Avatar foi "como trabalhar no primeiro Star Wars". Confira a entrevista abaixo:

JP: A última vez que te vi, você estava jogando um jogo na pré-estréia de As Crônicas de Riddick. Você é uma gamer?

MR: Sim, eu sou uma gamer total. Eu amo games- eles são demais. Eles consomem muito do seu tempo hoje em dia, então eu jogo menos  porque eu estou na casa dos 30, e eu tenho de ser um adulto responsável, mas eu definitivamente tenho meus vícios. Neste momento, Call of Duty 2: Modern Warfare consome cerca de 15% do meu dia.

JP: Então, falando de Avatar, você provavelmente está mergulhada em em todos os aspectos técnicos do filme?

MR: É. Eu estou totalmente envolvida... Você entende que estamos falando sobre um cara (James Cameron) que é um gênio fora do comum. Ele pensou sobre os aspectos realistas de tudo o que ele imaginava no filme. Eu passei muito tempo com ele pesquisando para descobrir o que realmente poderia existir no futuro! Ele tem um monte de teorias que se baseiam no fato científico, por isso foi legal vê-lo implementar este tipo de coisas em seu mundo imaginário em Avatar.

JP: Fale um pouco sobre Trudy Chacon e porque ela é importante para o filme.
MR: Trudy Chacon é uma piloto de helicóptero. Uma piloto de helicóptero futurista, embora nunca seja especificado exatamente o período de tempo em que estamos. Mas é definitivamente o futuro, porque criogenia é uma grande parte da tecnologia que existe, e Deus sabe que nós estamos realmente longe disso agora. Ela é uma personagem que decide trabalhar em outro planeta, e, tanto quanto eu sei - na medida em que Jim me explicou- ela foi para Pandora um par de anos antes do filme começar. Apenas uma piloto que gosta de voar em outro planeta. E como ela é importante? Você tem que assistir e ver.

JP: Entendi. Você passou de uma um ambiente de floresta, um lugar tropical em Lost para outro em Avatar. Você trabalhou apenas com CGI, ou era um outro tipo de vegetação com o qual você interagiu?

MR: Foi tão legal! Eu filmei em alguns sets em que tinha que sair do helicóptero e eu estava realmente num terreno de Pandora, e foi demais. Você sabe, não há um detalhe que Cameron esqueceu. Se eu estou olhando para uma tela verde em uma cena, ele vai me mostrar - em uma tela - exatamente o que eu deveria estar vendo, que é incrível. Normalmente, quando você trabalha com tela verde você atua e então alguém lhe diz, "Sim, nós vamos colocar isso no cenário e tal e tal", mas ele fez de outra maneira. Sempre que eu estou olhando para algo ou tenho uma pergunta sobre algo, ele mostra para mim. No que diz respeito à folhagens e saliências do planeta, eu tenho que conhecer vários tipos, porque ele recriou isso no set. A maioria das coisas com que eu estava trabalhando eram criaturas mecânicas que são adereços reais.

JP: Você teve a sensação de que estava trabalhando em algo histórico? Um monte de gente vai ver o filme como um momento chave no cinema de efeitos especiais, pelo menos nas suas ambições.

MR: Para mim, era como estar  trabalhando no primeiro Star Wars. Você sabe, agora você assiste Star Wars- Episódio I, de 1999 e você pensa "Eu poderia ter alugado ou comprado o game, pelo menos eu comandaria a história " porque tudo é tão digital  que você não se sente real. Mas você assiste ao primeiro filme da série (Episódio IV, de 1977), e eu não sei quanto a você, mas eu me pergunto: "Por que me sinto bem maior com isso do que com o mundo digitalizado que ele (George Lucas) criou agora? " E eu percebo que é por causa dos adereços. E esse é o tipo de mundo live-action que Jim criou.

JP: Isso é muito legal.

MR: É! Especialmente quando você ver esses robôs gigantes que os militares têm. Essas coisas são legais, cara! O ator que interpretou o capitão literalmente tinha que subir em uma escada para entrar nessas coisas.

JP: Quando você foi convidada para fazer isso, você esperava ver e fazer os tipos de coisas que você fez neste filme?

MR: Eu não esperava nada menos. Eu sempre fui uma grande fã de Jim Cameron. Ele é o primeiro diretor pelo qual eu me apaixonei por muitos anos e realmente queria trabalhar com ele. E eu estou surpresa porque eu sou conhecida por ter um rótulo de louca e selvagem, uma dissidente da sorte.

JP: Rótulo de louca e selvagem, hein .Você é a mulher da ação. Esses são os tipos de papéis que vem para você neste momento ou são os tipos pelos quais você procura atualmente?
MR: Eu amo ação. Você saberia, se você tivesse crescido comigo, porque eu queria entrar para o Exército numa época e não foi por outra razão senão por ter alguma ação. Meu pai me falava sobre essa parte. Sim, eu gosto dessas coisas físicas. É divertido. Eu não sou disciplinada com esportes. Não tenho paciência para sentar lá por um ano e aprender uma profissão tipo, dirigir um carro de corrida, ou saltar de um avião, então esse tipo de ação é perfeita para mim. Eu ganho um curso intensivo sobre tudo o que quero fazer e me divirto fazendo isso, e depois se eu gostar posso continuar fazendo no meu tempo livre. Enquanto eu for jovem, sem dúvida vou continuar fazendo coisas do tipo que envolvem colocar sua vida em risco de alguma forma.

JP: Então, que tipo de treinamento você teve que fazer para o filme?
MR: Treinamento de vôo de helicóptero. Isso foi muito legal. Em seis meses, se você tiver disciplina, você pode aprender a pilotar um helicóptero. Você pode obter uma licença para fazer uma coisa dessas- e eu acho que é impressionante. Isso é com certeza algo que eu vou procurar aprender sempre que tiver tempo. Mesmo o menor movimento é surpreendente. Você acabou de tocar essa coisa, e é tão sensível. Você pode fazer os movimentos mais complicados, basicamente, com a pressão de um dedo mindinho... Acho isso intrigante, especialmente aqueles caras que são pilotos de caça, que voam no Afeganistão. Eu sei que minha personagem foi inspirada em um vôo que Jim fez em algum lugar frio, como a Antártida ou algo parecido. A piloto apenas levantou o helicóptero e jogou-o para a direita, desviando de uma geleira enorme, e como ele sujou as calças, ele pensou: "Isto daria um grande personagem." Achei que foi muito legal. Ele tem licença para pilotar.

JP: James Cameron tem uma licença para pilotar aviões?

MR: Ah, sim. O que esse cara não faz?

JP: Avatar está sendo filmado há muito tempo. Tem sido difícil esperar para vê-lo finalizado e a reação que ele vai causar?

MR: Exaustivo! Tem sido muito desgastante. Quero dizer, como uma fã, mesmo se eu não estivesse no filme eu ainda estaria esgotada por toda esta espera. Eu sempre amei tudo que Cameron faz... Mas você não pode deixar que o que as pessoas falam ou que as expectativas delas te atrapalhem, isso seria muito frustrante. Eu apenas quero assistir ao filme agora.

JP: Você descreveu a si mesmo como um "espírito nômade" em termos de projetos, mas você fez a sequência de  Velozes e Furiosos, então se surgir a possibilidade de um Avatar 2, você toparia?
MR: Eu acho que isso seria incrível. Se o cara me chamasse para ser sua assistente e para servir café por um ano, eu toparia. Ele é o tipo de pessoa com a qual eu quero aprender o máximo que eu puder. Ele sabe. Para qualquer coisa, eu estarei lá.

Créditos: Hero Complex, Los Angeles Time