sexta-feira, 25 de setembro de 2009

COSMOPOLITAN BRITÂNICA- JUNHO DE 2006





Em Lost você interpreta Ana-Lucia, uma ex-policial durona e impopular. Há alguma coisa que você admira em sua personagem?
“A única coisa que eu gosto nela é que ela é forte. Eu gosto de mulheres fortes. Ela se mantém nos próprios pés e tem convicção. Eu admiro uma pessoa que tenha voz própria e opiniões. Fora isso, não gosto muito dela. Acho que ela se mete muito nas coisas.”

Você mesma passa a imagem de ser bastante durona – existem similaridades entre vocês?
“Eu, durona? [risos] Ana-Lucia é uma pessoa mais estruturada que eu. Sou bastante independente. Não sou boa em fazer as coisas do jeito que me mandam. Eu nunca poderia fazer parte do exército ou qualquer coisa onde mandassem em mim.”

Como foi ser a garota novata na segunda temporada de Lost?
“Fiquei com medo. Eu pensava, ‘E se essas pessoas não gostarem de mim?’ Todo mundo é casado ou está namorando, e cá estou eu, sozinha. Mas aí o resto dos atores que interpretam os sobreviventes da parte de trás do avião chegaram, e eu fiquei amiga de Adewale Akinnuoye-Agbaje (Mr. Eko) e Cynthia Watros (Libby).”

Ana-Lucia rompe o triângulo amoroso entre Kate, Jack e Sawyer. Isso deve ter sido interessante…
“Bastante interessante. Mas não vou te dizer o que acontece. Você tem que assistir a série!”

Quando você está gravando no Havaí, você mora longe do elenco. Por quê?
“Porque eu moro do lado da praia, na Costa Norte. Não quero morar na cidade. Eu me canso de carros e prédios. É tão bom ficar perto da natureza. Você vai para Honolulu onde o resto do pessoal mora e fica; ‘Aargh! Eu quero olhar para o mar’. ”

Você já disse que não está preparada para tirar a roupa por uma personagem. Ainda pensa assim?
“Pode ser que eu tire um pouquinho antes que essa temporada de Lost acabe, mas só um pouquinho. Geralmente, eu não tiro. Existe uma certa fórmula que qualquer pessoa que é pelo menos um pouquinho bonita e talentosa pode seguir para se dar bem, mas eu teria que sacrificar muitas coisas em que acredito para seguir esse caminho. Eu não acredito em tirar a roupa só por tirar a roupa. Me deixaria desconfortável.”

Ficamos sabendo que você recusou um papel em Desperate Houswives como uma mulher que tem um parceiro infiel, dizendo, “Eu tenho cara de quem é traída?”…
“[risos] OK. Me pegaram em um momento arrogante. Geralmente eu sou bastante humilde – mas sim, eu recusei aquele papel.”

Algum arrependimento?
“De jeito algum. Eu recuso vários papéis, e meu agente fica maluco. Eu recusei o papel da garota em Crash (que acabou sendo interpretado por Thandie Newton), que ganhou um Oscar.”

Que tipo de papéis você quer interpretar?
“Fortes, rebeldes, selvagens. Quero papéis que sejam sobre uma garota que é feminina e masculina; a garota que não é a namorada, e sim que tem o namorado.”

Você tem medo de cair no estereótipo?
“Tenho, e é uma situação desagradável na qual eu mesma me coloco, eu assumo. Agora eu tenho que mostrar que tenho um forte lado feminino, também, que posso sair desse estado de garota durona.”

Então você diria que é uma típica garota?
“Bem, eu passo uma enorme parte do meu tempo no banheiro, me arrumando – isso conta?! Eu eu amo roupas, demais. Tenho um closet inteiro lotado de vestidos caros, dos quais a maioria eu só usei uma vez. Não é patético? Estou esperando eu me tornar extraordinariamente famosa para vendê-los e doar a renda para caridade.”

Qual foi a última vez que você chorou?
“Durante King Kong. Eu soluçava.”

Você tem algum namorado no momento?
“Eu conheci um cara maravilhoso, brasileiro, no México. Estava lá promovendo Lost. Ele era lindo, mas eu nunca mais o vi. Creio que poderia chamar isso de um caso passageiro.”

Você usa um anel que significa casamento com você mesma. Por quê?
“Eu saí de uma relação extremamente ruim durante as filmagens de “A Onda dos Sonhos” e, naquela época, eu jurei para mim mesma que eu me importaria mais comigo. Muitas vezes o amor é medido por sacrifício – sabe, ‘O que você está disposto a fazer por mim?’. Eu me cansei de me entregar por inteiro. Depois daquela relação eu fiquei mal e disse, ‘Isso nunca mais vai acontecer.’ O anel é para me lembrar disso.”

Você se apaixona facilmente?
“Eu me apaixono, mas não facilmente.”

O que você procura em um parceiro?
“Tudo tem a ver com os olhos. Se alguém consegue me olhar com pureza e amor, então seremos amigos e amantes para sempre. O tipo de pessoas por quem me apaixono são independentes – pessoas que correriam pelados na praia comigo sem se importar se alguém está olhando!”

Você pensa em casamento e filhos?
“Eu olho sim para crianças e penso, ‘Como seria?’ Mas não é uma grande prioridade no momento.”

Você é uma pessoa sexual?
“Não sou, quando você me conhece pela primeira vez. Isso não acontece até algo ser aceso. Eu também não sou o tipo de pessoa que sai atrás de homem. É triste porque eu me sentiria mais completa. Preciso parar de procrastinar. Talvez haja um vazio na minha vida.”

Como foi sua infância?
“Adorável. Nasci no Texas, e meus pais se separaram quando eu tinha nove anos, então meus irmãos gêmeos e eu nos mudamos para a República Dominicana, de onde minha mãe era, e depois Porto Rico, de onde meu pai era, e depois New Jersey. Minha mãe é muito religiosa, então eu fui uma criança reprimida. Minha infância foi frustrante. Tem buracos na parede do meu antigo apartamento. E eu fui expulsa de todas as escolas que freqüentei.”

Por isso que parou de estudar aos 15 anos?
“Me rebelei. Mas a raiva passou.”

Quando você soube que queria ser atriz?
“Depois da escola, trabalhei em várias coisas. Eu me lembro de ter trabalhado na UPS (United Parcel Service), levantando caixas o dia todo. Eu pedi um intervalo para o almoço e o supervisor disse, ‘Você não tem intervalo para almoço’. Eu disse, ‘vá se danar! Eu não me encaixo aqui. Eu vou ser famosa um dia.’ Eu sabia que ia ser famosa. Não simplesmente por ser famosa, mas pelo poder de fazer a diferença.”

E você imaginava que sua carreira te levaria tão longe?
“Sim. Mas ainda tenho um longo caminho a percorrer como atriz. Meu objetivo real é eu mesma fazer filmes. Quero escrever e dirigir, mas não é fácil com ADD (sigla em inglês para déficit de atenção).”

Você foi diagnosticada com déficit de atenção?
“Eu não consigo me concentrar quando estou sozinha. Minha mente é muito dispersa, mas eu tenho medo de tomar os remédios. Eu não quero depender de nada para controlar meu cérebro.”

Você ainda é próxima de sua família?
“Claro. Um dos meus irmãos está morando comigo agora. Minha mãe não aprova muito minha carreira, mas nós nos falamos por telefone. Meu pai faleceu quando eu tinha 20 anos. Ele era alcoólatra.”

Qual o lado mais difícil da fama?
“Sou uma pessoa muito sociável e adoro sair à noite, mas não consigo ser eu mesma se as pessoas estiverem vigiando o tempo todo. Eu tenho que me controlar. Eu não desisti de sair à noite; minha solução é encontrar um apartamento em algum lugar e fazer grandes festas, assim eu fico longe de pessoas que me tentam me expor por eu... [risos] me divertir.”

Existe uma pressão em relação à aparência?
“Claro. Eu não malho, porque eu não gosto de academias. Mas eu ando – talvez 8 quilômetros por dia quando estou no Havaí. E sempre me preocupo com o que como. Não sou rígida, apenas cuidadosa. Eu fico longe de muitos carboidratos e doces, e ainda estou tentando largar o café. Mas consegui parar de fumar. Eu fumo desde os 14 anos, o que deve ter causado sérios danos.”

Você recentemente foi condenada de uma segunda acusação por dirigir embriagada. Isso foi resultado da diversão?
“Não estou me justificando, mas eu sou uma garota que nunca havia tido dinheiro, que se mudou para Los Angeles três anos atrás, foi exposta a dinheiro e um veículo – eu aprendi a dirigir em uma pista de corrida para “Velozes e Furiosos”. Sou apenas um ser humano, e às vezes dou mancadas.”

Fonte: LostBrasil
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1 comentários:

Renata C. disse...

Nunca tinha lido essa entrevista e adorei, achei muito reveladora.

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